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Longe da descoberta, eu vou atrás sem mesmo querer a resposta. Vou indo com o propósito de identificar o instante de agora, de me definir com o presente, de viver o belo. Sou pequena, mas até que sou notável. Faço da dança o meu palco da vida, e nele quero sempre atuar. "Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição..."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Conversa estranha



   Um lacinho na cabeça, uma fita vermelha. Em uma noite fria e com um sereno com cheiro de chuva, ela vinha com os pés no chão. Grama molhada, terra úmida, agora estava sentada a olhar a sua varanda. Quem a visse ia achar uma inocente. Simples e serena, a que trazia o cheiro de chuva, era o seu cheiro.
   "Moço?" Com medo ela perguntou baixo ao ver uma rapaz deitado em sua grama. Sentiu que deveria chegar perto, mas não sabia qual seria a reação do outro.
   "O que faz aqui?" Dessa vez ela tinha chegado perto. Tinha visto um estranho bem arrumado, talvez não estivesse tanto no momento, estava sutilmente molhado. Novamente ela perguntou, "está bêbado? O que fazes aqui?"
   "Não estou bêbado, quem é você?" Ela se irritou, devia ter se irritado, fez uma cara de que não entendia o motivo da tal pergunta. Ela estava a sua varanda e estava sendo interrogada. Com calma ela saiu olhando para ele, deu as costas e o deixou no chão. Saiu andando, e logo ouviu uma súplica voz.
   "Me ajude, não sei o que fiz." Por sua vez, arrependeu-se do que tinha dito. Foi aí que voltou... Ela desejava ouvir algo parecido, sentia que deveria ter uma amizade, algo assim, sei lá, uma conversa de "amigos".
   "Sim, mas o que faz aqui? Sei que está triste, mas não sabe o que fez? É porque está bêbado, não é?" Ela se enganava, novamente se enganava, mas ela tinha essa certeza. "Não, menina. realmente não sei o que fiz." Queria abrir seu coração para ela, mas ele não tinha esse costume. Fez então uma pergunta, "está acostumada a ouvir histórias de apaixonados?" Ele não sabia qual a idade dela, achava que mesmo falando algo não ia o entender.
   "Pelo menos ouço a minha história todos os dias, e é que já vivi muitas histórias, se é que me entende." Ele gostou de sua resposta, e logo disse: "Bem, estou sofrendo, mas nada fiz. Amo tal pessoa que faço, quer dizer, eu fazia, muitas coisas por ela.
   E alí teve, sentados na grama uma conversa duradoura.

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